A Lei do Grêmio Livre (7.398/85) garante a autonomia e liberdade
de atuação das entidades estudantis sem intervenção da direção da escola,
governo, etc., assim como também é garantido na LDB (Lei de Diretrizes e Bases)
e na própria Constituição Federal.
Porém a direção da nossa escola insiste em rasgar essas leis.
Desde a reconstrução do Grêmio do Estadual Central em 2005, nossa entidade
sofre seguidas intervenções por parte da direção, com a ordem de que não
devemos lutar pelos nossos direitos, ou mesmo organizar atividades esportivas e
culturais.
Mas os estudantes do Estadual Central sempre marcaram a
história: Derrubaram a Ditadura Militar, foram às ruas pelo Impeachment do
Collor, ocuparam a Assembléia dos Deputados contra a grade curricular,
conquistaram o Meio Passe em BH e por aí vai. Nesse período o Grêmio sempre
teve um papel fundamental e graças à resistência dos estudantes, atualmente
podemos ter leis que garantem o direito de nos organizarmos.
Somente durante
a atual gestão do Grêmio - “A luta não para!”, foram impedidas as realizações
da festa junina, mostra de profissões e outras atividades. A 2ª Semana Cultural
do Central, vários recreios culturais, o campeonato de futsal do noturno e
diversas manifestações só puderam acontecer após muita pressão. Além disso,
nada fizeram sobre uma funcionária que, por diversas vezes, quis impedir a
organização do Grêmio, e ainda disse que sentia saudades da ditadura militar,
pois se esta ainda vigorasse, os diretores do Grêmio não estariam vivos. Quando
os estudantes ocuparam a porta da direção contra as atitudes da mesma
funcionária, que também agrediu diversas pessoas com comentários homofóbicos e
preconceituosos, a direção quis impedir que o Grêmio passasse em sala com o
abaixo assinado que denunciava o fato. Quanto a isso, não ficamos
calados: Os estudantes da unidade 1 (tarde) cruzaram os braços e fizeram uma
grande manifestação contra as atitudes de Cristina Buzelin e a negligência da
direção, que teve de voltar atrás, dar uma advertência à funcionária, dizer que
permitirá a atuação do Grêmio na escola com passagens em sala e projetos, e
também uma nova sala após a obra que acontecerá no próximo ano.
E a
eleição do Grêmio?
A intervenção é tanta que, no mês de junho, a diretoria do
Grêmio deu início ao processo de eleição da entidade, chegou a eleger a
comissão eleitoral entre os representantes de turma, mas a direção impediu que
acontecesse, chegando a querer escolher a dedo quem organizaria o processo, sem
que fosse votado entre os representantes, e também a data em que seria feita a
eleição.
Agora, em meio ao calendário confuso e corrido de provas e
trabalhos, a direção quer fazer uma eleição às pressas, em dia de prova
bimestral, ou em um dia que nem sabemos se haverá aula em todos os turnos. Enquanto
o Grêmio organizava uma assembléia geral dos estudantes, para que a data da
eleição fosse decidida coletivamente, a direção organizou reuniões com representantes
de turma, através do Colegiado, sem que os diretores do Grêmio ao menos
soubessem, para fazer com que a comissão eleitoral já fosse eleita e a data
escolhida para um dos últimos dias de aula. Tentaram, inclusive, impedir a
participação de diretores do Grêmio na reunião, mas não conseguiram. Na Unidade
2, à tarde, 14 dos 16 estudantes presentes votaram contra essa proposta. Quanto
à assembléia geral, as condições colocadas pela direção (meia hora para
realização, sem o uso do auditório, sem o som da escola, que estava estragado,
e sem poder passar em sala para mobilizar) fizeram com que fosse desmarcada.
Enquanto lutamos para combater essas intervenções, um grupo de
estudantes apóia e ajuda a colocar tais atitudes em prática.
O grêmio não mais aceitará essas intervenções da direção da
escola, queremos que a lei seja cumprida e possamos ter o direito de organizar
atividades que nos façam sentir melhor na escola, interajam e proporcione mais
conhecimento, lazer e cultura e reivindicar nossos direitos para uma educação
pública gratuita e de qualidade.
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